• Fatores que afetam a autopercepção de saúde dos brasileiros durante a pandemia da COVID-19 Thematic Section: ConVid - Behavior Survey

    Szwarcwald, Celia Landmann; Damacena, Giseli Nogueira; Barros, Marilisa Berti de Azevedo; Malta, Deborah Carvalho; Souza Júnior, Paulo Roberto Borges de; Azevedo, Luiz Otávio; Machado, Ísis Eloah; Lima, Margareth Guimarães; Romero, Dália; Gomes, Crizian Saar; Werneck, André Oliveira; Silva, Danilo Rodrigues Pereira da; Gracie, Renata; Pina, Maria de Fátima de

    Resumo em Português:

    Resumo: O estudo transversal investigou fatores que afetam a autopercepção de saúde dos brasileiros durante pandemia da COVID-19, com base em dados de um inquérito comportamental eletrônico. Realizado entre 24 de abril e 24 de maio de 2020, o estudo recrutou participantes através de um procedimento de amostragem em cadeia. A variável de desfecho era a piora na autopercepção de saúde durante a pandemia. A análise estatística usou um modelo hierárquico de determinação. Foram utilizados modelos de regressão logística para testar as associações entre características sociodemográficas, doenças preexistentes, indicadores de estilo de vida e intensidade de medidas de distanciamento social, e aspectos biológicos e psicológicos durante a pandemia. Na amostra total de 45.161 participantes, 29,4% relataram piora do estado de saúde durante a pandemia. Após ajustar para fatores hierárquicos distais, os problemas de saúde mais associados à piora do estado de saúde foram: autopercepção de saúde ruim (OR ajustado = 4,35, p < 0,001): e procura de assistência devido a problemas de saúde mental (OR ajustado = 3,95, p < 0,001) e para COVID-19 (OR ajustado = 3,60, p < 0,001). As pessoas que relataram problemas de sono, piora da dor lombar, depressão e pelo menos um sintoma gripal durante a pandemia apresentavam duas vezes maior probabilidade de relatar piora do estado de saúde. Comportamentos sedentários e alimentares e adesão a medidas de distanciamento social mostraram correlação significativa com o desfecho. Há uma correlação entre fatores sociais, biológicos e psicológicos, mediada por estilos de vida e variáveis relacionadas ao confinamento. Juntos, esses fatores têm afetado negativamente a autopercepção de saúde dos brasileiros durante a pandemia da COVID-19.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen: Se trata de un estudio transversal que investiga los factores que afectan la salud autoevaluada de los brasileños durante la pandemia de COVID-19, basada en datos de una encuesta por internet sobre comportamiento. Se llevó a cabo del 24 de abril al 24 de mayo de 2020, la encuesta reclutó participantes mediante un método de muestreo en cadena. Su resultado fue el empeoramiento de la salud autoevaluada durante la pandemia. El análisis estadístico estuvo basado en un modelo jerárquico de determinación. Los modelos de regresión logística se usaron para probar las asociaciones entre características sociodemográficas, condiciones de salud preexistentes, indicadores de estilo de vida e intensidad de las medidas de distanciamiento social, y problemas biológicos y psicológicos durante la pandemia. De una muestra total de 45.161 participantes, un 29,4% informaron de un empeoramiento del estado de salud durante este periodo. Tras el ajuste por factores jerárquicos distales, los problemas de salud en su mayoría asociados con un empeoramiento del estado de salud fueron: mala salud autoevaluada (OR ajustada = 4,35, p < 0,001), búsqueda de cuidados de salud por problemas mentales (OR ajustada = 3,95, p < 0,001), y en el caso del COVID-19 (OR ajustada = 3,60, p < 0,001). Las personas que sufrieron problemas de sueño, empeoramiento del dolor de espalda, depresión y al menos un síntoma de gripe durante la pandemia tuvieron dos veces más probabilidades de informar de un empeoramiento del estado de salud. Sedentarismo y comportamientos alimenticios, así como la adherencia a las medidas de distanciamiento social mostraron una significativa correlación con el resultado. Existe una relación entre los factores sociales, biológicos, y psicológicos, influenciados por los estilos de vida y variables relacionadas con el confinamiento. En conjunto, estos factores han afectado negativamente la salud autoinformada durante la pandemia de COVID-19 en Brasil.

    Resumo em Inglês:

    Abstract: This is a cross-sectional study investigating the factors affecting brazilians’ self-rated health during the COVID-19 pandemic, based on data from the web-based behavior survey. Carried out from April 24 to May 24, 2020, the survey recruited participants by a chain sampling procedure. Its outcome was the worsening of self-rated health during the pandemic. Statistical analysis was based on a hierarchical model of determination. Logistic regression models were used to test the associations between sociodemographic characteristics, pre-existing health conditions, lifestyle indicators and intensity of social restraint measures, and biological and psychological issues during the pandemic. From the total sample of 45,161 participants, 29.4% reported worsening of health state during this period. After adjusting for hierarchical distal factors, the health problems mostly associated with worsening health state were: bad self-rated health (adjusted OR = 4.35, p < 0.001), health care seeking for mental health problem (adjusted OR = 3.95, p < 0.001), and for COVID-19 (adjusted OR = 3.60, p < 0.001). People who experienced sleep problems, worsening of back pain, depression and at least one flu symptom during the pandemic were twice as likely to report worsening of health status. Sedentary and eating behaviors and adherence to social distancing measures showed significant correlation with the outcome. There exists a relation between social, biological, and psychological factors, mediated by lifestyles and variables pertaining to confinement. Altogether, these factors have negatively affected self-rated health during the COVID-19 pandemic in Brazil.
  • Mudanças na prevalência de inatividade física e comportamento sedentário durante a pandemia da COVID-19: um inquérito com 39.693 adultos brasileiros Thematic Section: ConVid - Behavior Survey

    Silva, Danilo Rodrigues Pereira da; Werneck, André Oliveira; Malta, Deborah Carvalho; Souza Júnior, Paulo Roberto Borges de; Azevedo, Luiz Otávio; Barros, Marilisa Berti de Azevedo; Szwarcwald, Celia Landmann

    Resumo em Português:

    Resumo: O estudo buscou analisar mudanças na prevalência de inatividade física e comportamento sedentário de acordo com correlatos durante a pandemia da COVID-19 entre adultos brasileiros. Foi realizado um inquérito retrospectivo online, de base nacional, com 39.693 adultos brasileiros. Foram relatadas antes e durante a pandemia: atividade física (frequência semanal e duração diária; ponto de corte de 150 minutos/semana), tempo em TV e computador/tablet (duração diária; ponto de corte de 4 horas/dia). Os correlatos foram sexo, faixa etária, escolaridade, cor da pele, renda per capita, macrorregião, situação de trabalho durante o isolamento social e adesão ao isolamento. Foram utilizadas estatísticas descritivas. A prevalência de inatividade física, tempo de TV e tempo de computador/tablet aumentaram 26%, 266% e 38%, respectivamente, durante a pandemia. Os aumentos na inatividade física e no uso de computador/tablet foram mais prevalentes em geral, mas o aumento na prevalência de tempo elevado na frente da televisão foi maior entre adultos mais jovens (660%), com maior escolaridade (437%) e aqueles que trabalhavam em home office (331%). A prevalência de inatividade física e de comportamento sedentário aumentou em todos os subgrupos da população brasileira durante a pandemia da COVID-19.

    Resumo em Espanhol:

    Resumen: El objetivo de este estudio fue analizar los cambios en la prevalencia de inactividad física y comportamientos sedentarios, según correlaciones durante la pandemia de COVID-19, entre adultos brasileños. Se realizó una encuesta nacional retrospectiva con 39.693 adultos brasileños. Se informó de actividad física (frecuencia semanal y duración diaria; punto de corte de 150 minutos/semana), ver TV y el uso de computadora/tablet (duración diaria; punto de corte de 4 horas/día) antes y durante el periodo pandémico. Las correlaciones fueron: sexo, grupo de edad, logros académicos más altos, color de piel, ingresos per cápita, macrorregión del país, estatus laboral durante la cuarentena, y adherencia a la cuarentena. Se usaron estadísticas descriptivas. La prevalencia de inactividad física, ver la TV durante mucho tiempo y el uso de computadora/tablet, incrementó, respectivamente, un 26%, 266% y 38% durante la pandemia. Al igual que el incremento en inactividad física, y que el uso de la computadora/tablet era el más extendido, se observaron incrementos más altos en la prevalencia de ver más la TV entre los jóvenes adultos (660%), con un nivel de educación más alto (437%) y entre quienes estaban teletrabajando (331%). La prevalencia de inactividad física y comportamientos sedentarios se incrementaron en todos los subgrupos de población durante la pandemia de COVID-19 en Brasil.

    Resumo em Inglês:

    Abstract: This study analyzed changes in the prevalence of physical inactivity and sedentary behaviors according to correlates during the COVID-19 pandemic among Brazilian adults. A national retrospective online survey was conducted with 39,693 Brazilian adults. Physical activity (weekly frequency and daily duration; cut-off point of 150 minutes/week), TV-viewing time and computer/tablet use (daily duration; cut-off point of 4 hours/day) before and during the pandemic period were reported. Sex, age group, schooling level, skin color, per capita income, country region, working status during the quarantine, and adherence to the quarantine were the correlates. Descriptive statistics were used. The prevalence of physical inactivity, high TV-viewing time and computer/tablet use increased, respectively, 26%, 266%, and 38% during the pandemic. While increases in physical inactivity and computer/tablet were more widespread, higher increases in the prevalence of high TV viewing tiem were observed among younger adults (660%), with higher schooling level (437%) and those who were at home office (331%). The prevalence of physical inactivity and sedentary behaviors increased in all population sub-groups during the COVID-19 pandemic in Brazil.
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: cadernos@ensp.fiocruz.br